Será que é Doença do Carrapato? Confira sintomas e diagnóstico

Muitos de nós já ouvimos falar da doença do carrapato ou conhecemos algum cão que foi infectado por ela. Contudo, o que é e como acontece? 

Ao picar a pele do cão, o carrapato passa pela saliva protozoários e bactérias para a corrente sanguínea do animal. Esses parasitas geram uma infecção que atinge diretamente as células do sangue do cachorro e pode ser bastante grave. 

Vamos te contar quais os sintomas, maneiras de prevenção e os cuidados que precisa ter com seu cão, caso ele seja infectado pela doença do carrapato. 

Quais são os sintomas da doença do carrapato?

A doença do carrapato pode se apresentar de três formas: erlichiose e a anaplasmose, que são bactérias, e a babesiose, que é um protozoário. São microorganismos diferentes que atacam tipos de células distintas. Contudo, os sintomas são parecidos e começam entre 8 e 20 dias após o contágio.

A doença do carrapato possui duas fases: a primeira é a aguda, seguida pela crônica.

Veja os principais sintomas da doença do carrapato da fase aguda:

  • Pontinhos vermelhos em locais como abdômen, gengiva e ao redor dos olhos (petéquias);
  • Sangramento (nasal, pela urina ou pelas fezes);
  • Hematomas;
  • Apatia e sonolência;
  • Perda de peso;
  • Febre;
  • Fraqueza;
  • Apetite mais seletivo

Na fase crônica podemos observar: 

  • Febre;
  • Perda de apetite;
  • Artrite, que pode aparecer com o cão chorando ao andar ou se movimentar;
  • Convulsões.

Por vezes, os cães em fase crônica ficam “em posição de super-homem” quando sentem dor – permanecem deitados com as patas dianteiras esticadas por muitas horas, até mesmo deixando de andar em algum momento. 

Como é o diagnóstico da doença do carrapato?

Procurar o médico-veterinário responsável pelo cão é a primeira etapa de atendimento. Sem essa consulta, não será possível tratar o pet. Não vale esconder nada do médico! Conte, detalhadamente, por onde o cachorro passeou, como é o ambiente em que ele ocupa em casa e se vocês viajaram recentemente. 

Com a suspeita, o veterinário poderá pedir:

  • Exames laboratoriais específicos (PCR);
  • Hemograma;
  • Testes sorológicos rápidos. 

Esses exames servem para confirmar ou não a contaminação por doença do carrapato e qual melhor tratamento a ser seguido, segundo protocolo do Conselho Regional de Medicina Veterinária. O órgão atenta, em um manual específico, para o uso controlado de antibióticos com finalidade de evitar que as bactérias desenvolvam resistência aos medicamentos. 

Uma questão importante: se o animal já teve contato com o agente infeccioso, mesmo que por via fetal, o teste sorológico terá resultado positivo. Isso acontece porque o teste identifica anticorpos e não o agente patológico em si. Ou seja, se a sorologia rápida der positivo, provavelmente o médico solicitará o exame PCR como confirmação complementar. 

Como é o tratamento da doença do carrapato?

O tratamento normalmente é realizado em casa. Mas, a depender da anemia e da queda de plaquetas, é necessária a internação para que sejam realizados procedimentos como: 

  • Transfusão sanguínea – a reposição de células sanguíneas ajuda o cão a lutar com mais força contra os agentes infecciosos.
  • Estabilização do animal; 
  • Hidratação com soro e administração venosa de antibióticos e vitaminas;
  • Antiparasitário injetável em caso de babesiose. 

E atenção! Muitos cães ficam livres dos sintomas com poucos dias de administração do medicamento, já que há reposição rápida das células sanguíneas. De toda forma, o tratamento não deve ser interrompido, pois ainda existem agentes patológicos no corpo do animal. 

Somente o médico-veterinário poderá informar quanto tempo dura o tratamento da doença do carrapato, e costuma ser longo. 

Como prevenir a doença do carrapato? 

O melhor controle dos carrapatos no ambiente é mantê-los em nível mínimo de infestação – a erradicação é inviável porque os carrapatos aparecem em terrenos baldios, esgoto e vegetação, por exemplo. 

Contudo, dentro de casa e pensando no bem-estar de animais domésticos, é possível usar pipetas e medicações orais mediante instrução do médico-veterinário.

Agora, se o quintal ou a casa estão infestados de carrapatos e não há como fazer o controle preventivo com segurança, entre em contato com uma empresa de dedetização para que façam o uso de substâncias químicas de maneira correta. 

Como é o ciclo de vida do carrapato?

Os números são de arrepiar. Mas, de fato, os carrapatos existem aos milhares. Confira alguns dados que constam em um documento da Embrapa :

  • As fêmeas colocam de 2 mil a 5 mil ovos por dia no ambiente. Seja em grama, frestas, vasos de plantas e cantos de muro.
  • Os carrapatos que ficam visíveis no ambiente representam apenas 5% do problema e, para cada 1 que você vê, existem cerca de 20 no ambiente (entre os estágios de ovos, larvas, e ninfas);
  • Nos estágios de ovos, larvas e ninfas, esses parasitas ficam no ambiente. Só  quando se tornam adultos aderem à pele do cão para se alimentar de seu sangue e transmitir as doenças que carregam em seus genes. 

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Referências bibliográficas: 

https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/sanidade/livros/DOENCAS%20PARASITAS%20EM%20MEDICINA%20VETERINARIA.pdf

https://midia.atp.usp.br/plc/plc0501/impressos/plc0501_06.pdf

http://www.invivo.fiocruz.br/saude/xo-carrapato/