Como socializar gatos com cães?

Em geral, gatos são animais extremamente independentes. Para conviverem com outros animais, principalmente de outras espécies, precisam de tempo, adaptação, disciplina e socialização. O que os difere dos cães que, mesmo que rejeitem um pouco a companhia, são mais fáceis de socializar, ainda mais na presença de seus tutores. 

Como muitas famílias estão dispostas a ter mais de um pet, geralmente um cão e um gato, nos debruçamos em alguns estudos acadêmicos sobre o comportamento dessas espécies no que diz respeito à convivência e aceitação de novos membros da família. Veja algumas dicas importantes.

1. Olho neles!

Até que os amigos estejam completamente socializados – o que significa dormindo juntos e brincando sem brigas aparentes –,  é preciso que haja observação constante durante a interação deles. 

Para que isso ocorra, reserve um espaço como “zona neutra”, em que você possa mediar o momento entre eles. No restante do tempo, deixe-os separados, mas de modo que se vejam – a não ser que o cão lata muito e fique estressado, e daí seja necessário bloquear a visão dele. 

O tempo de interação depende de como é o comportamento do pet que chegou primeiro no lar. Se ele for mais receptivo, comece com algo entre vinte e trinta minutos por interação e vá aumentando o tempo gradualmente. Com paciência, tudo vai dar certo. 

2. Horário da comida  

Ofereça comida ao mesmo tempo para os dois. Mantenha o ambiente de alimentação dos animais próximos, mas deixe que os comedouros e bebedouros sejam individuais. Muito provavelmente o gato vai colocar limites e não permitir que o cão chegue perto do seu comedouro. Mas, se isso não acontecer, procure um médico-veterinário comportamentalista para te ajudar a organizar o adestramento dos seus amigos neste momento do dia. 

Estabeleça a hora em que os pets vão comer, respeitando o tempo de vida e a quantidade que cada um demanda e tente coordenar isso para que alguns horários coincidam. 

3. Brincadeiras 

Brinque com eles, deixe que eles brinquem juntos – sempre sob supervisão – e tenha um momento com cada um, afinal, antes do novo membro da família chegar, você já tinha um filho peludo em casa e não pode deixar que ele se sinta deixado de lado. 

Quando o gato é o novo morador

Quando a casa é dominada pelo cão e o gato é o novo morador você vai precisar cuidar do esquecimento ambiental. Para ele, você precisará investir em verticalização, aqueles móbiles para a parede que promovem o gasto de energia física e mental do bichano. 

Providencie também arranhadores, principalmente nos cantos dos móveis como sofás e camas – seu felino vai querer afiar as garrinhas e, se você não estiver preparado, o estofado vai ser rasgado com bastante facilidade.    

Gatos precisam manter a própria higiene, e são extremamente metódicos. Logo, lembre-se de manter a caixa de areia sempre limpa e, preferencialmente, em algum lugar que o cão não tenha acesso – para evitar que ele vire o conteúdo por curiosidade. 

Para evitar a formação de bolas de pelo, providencie uma escova para gatos e escove os pelos do seu bichano todos os dias. Assim, você impede que ele engula os pelos mortos enquanto se lambe – estes pelos não são digeridos pelo pelo estômago e pode haver necessidade cirúrgica para retirada.

Quando o novato é um cão 

Os cães são mais extrovertidos e, ao chegarem em uma uma casa que já tem um bichano, precisam se acostumar ao pragmatismo felino. Então, para manter a paz e a boa socialização é importante priorizar algumas ações, principalmente em relação à adaptação do ambiente.

Diferente dos gatos, cães precisam ser ensinados – com muita paciência – onde é o local que podem fazer suas necessidades. Opte pelo uso de tapetes higiênicos e parabenize sempre que o peludo fizer xixi no lugar certo. 

Crie um espaço para o seu cachorro com caminha e brinquedos que sejam interativos, de morder e recheáveis específicos para o tamanho e para a força da mordida dele. Faça com que ele se sinta confortável em casa. 

Se você tiver dificuldade na socialização entre cães e gatos, não hesite em procurar um adestrador qualificado ou um médico-veterinário que tenha ênfase em comportamento animal. Eles serão capazes de ajudar com os pontos mais difíceis e colaborar para que você, tutor, tenha uma família tranquila e harmoniosa. 

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