Panleucopenia felina: entenda a ‘cinomose dos gatos’

Que o bichano viva muito, e viva bem! Certeza que este é o sonho de todo gateiro. E, para que isso aconteça, é importante estar alerta às doenças que podem roubar saúde e anos de vida. Neste texto, você vai entender sobre a cinomose felina, nome popular para a panleucopenia que acomete os gatos.

A doença é conhecida por se agravar muito rápido, e os sintomas são agressivos. Veja os detalhes:

O que é a cinomose dos gatos?

A Panleucopenia é uma doença infectocontagiosa transmitida pelo parvovírus (FPV). Apesar de ter o mesmo nome, não é o mesmo transmissor da parvovirose canina. Além de ser muito contagioso, o parvovírus que acomete os gatos é capaz de permanecer no ambiente infectado por mais de um ano.

O contágio pelo parvovírus ocorre em todo o mundo de forma endêmica em quase todas as populações de gatos.

As principais vítimas são gatos de até um ano sem o sistema imune completo e sem as vacinas preventivas.

Como é transmitida a Panleucopenia?

Se há um animal infectado em fase ativa, ou seja, manifestando os sintomas, há grande quantidade de vírus no ambiente. Mesmo com o tratamento adequado e sobrevivendo, esses gatos podem passar meses eliminando o vírus da panleucopenia felina no ambiente pelas fezes.

Os animais saudáveis são contaminados pelas partículas virais. Ou seja, o contágio é feito por meio de:

  • Alimento ou água contaminados;
  • Brigas;
  • Contato com fezes, urina, saliva ou vômito contaminados;
  • Contato com ambiente infectado,
  • Compartilhamento de brinquedos, comedouros e bebedouros entre gatos doentes e saudáveis.

Quando o vírus encontra um animal saudável sem os anticorpos fornecidos pela vacina, se multiplica na região linfática e segue para a circulação sanguínea. Em seguida, compromete o tecido linfóide intestinal e a medula óssea, onde volta a se replicar.

Sintomas da panleucopenia felina

Depois de ser infectado e o vírus se multiplicar pelo corpo do gato, é comum que o bichano comece a apresentar os sinais clínicos da panleucopenia. Isso acontece entre cinco e sete dias após o contágio. Os sintomas mais frequentes são:

  • Febre;
  • Falta de apetite;
  • Apatia;
  • Vômito,
  • Diarreia com ou sem sangue.

Em alguns casos, a panleucopenia felina leva o animal à morte súbita. Em outras situações, quando o animal consegue sobreviver à doença, é comum que haja sequelas como imunossupressão – quando o sistema imunológico, que tem a função de proteger o corpo contra infecções, não consegue ser reposto e acaba permanecendo deficitário.

Como saber se meu gato tem panleucopenia felina

Primeiro, o tutor precisa levar o bichano para avaliação de um médico-veterinário, que fará o questionamento do histórico do animal e avaliará o pet para saber se é um caso compatível com panleucopenia em gatos.

Pode ser que sejam solicitados exames laboratoriais, como o leucograma, para verificar como estão as taxas de glóbulos brancos, e principalmente, dos leucócitos – alvos principais do vírus transmissor da doença.

O médico pode notar que há alteração de consistência e sensibilidade na região intestinal, bem como úlceras ao redor da língua. Para além, se o animal estiver com anemia acentuada, a mucosa pode estar pálida e ressecada em caso de desidratação.

Panleucopenia felina tem cura ou tratamento?

Não existe um medicamento específico para atacar o vírus que causa a panleucopenia. Por isso, o que há é o tratamento de suporte, que consiste no uso de antibiótico e hidratação por soro, bem como suplementação nutricional oral ou venosa.

Além disso, quanto mais avançada estiver a infecção pelo vírus, menor é a chance de sobrevivência do animal. Segundo o Jornal de Medicina e Cirurgia Felina, cerca de 90% dos gatos não-vacinados acabam morrendo. Os médicos-veterinários farão o possível para controlar os sinais clínicos, usando medicamentos para náuseas e febre. O tratamento é intenso e rigoroso, por isso é comum que o animal fique internado.

Como proteger meu gato da panleucopenia?

Mesmo sendo uma doença grave, prevenir é bem fácil. O tutor só precisa manter a vacinação atualizada de acordo com o protocolo do médico-veterinário. A primeira dose da V4 ou V5 deve ser administrada quando o bichano ainda é filhote, com repetição no tempo indicado. Depois disso, há necessidade do reforço anual. Se você quer proteger o seu animal de estimação, mantenha a carteira de vacinação em dia.
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Fontes bibliográficas:

AKHTARDANESH, Baharak et al. Parvoviral induced cerebellar hypoplasia in a kitten. Online Journal of Veterinary Research, Shahid Bahonar University of Kerman, Kerman, Iran, 2014.

KÖNIG, H.E.; LIEBICH, H.-G.; CERVENY, C. Sistema Nervoso. In: KÖNIG, Horst Erich; LIEBICH, Hans-Georg. Anatomia dos Animais Domésticos Texto e Atlas Colorido 4ª edição. Brasil: Artmed, 2011.

TRUYEN, U.; ADDIE, D.; BELAK, S.; BOUCRAUT-BARALON, C.; EGBERINK, H.; FRYMUS, T.; GRUFFYDD-JONES, T.; HARTMANN, K.; HOSIE, M.J.; LLORET, A.; LUTZ, H.; MARSILIO, F.; PENNISI, M.G.; RADFORD, A.D.; THIRY, E.; HORZINEK, M.C. Feline panleukopenia. ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine and Surgery, v.11, p.538–546, 2009. https://journals.sagepub.com/doi/10.1016/j.jfms.2009.05.006